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O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, o mais comum entre as mulheres. Se diagnosticado precocemente, há boas chances de curas. Por isso, é importante entender quais são os melhores métodos de diagnóstico. As principais formas de detecção são a mamografia anual e o exame clínico, feito pelo médico mastologista ou ginecologista, de preferência a cada seis meses.
1) Como funciona? A mamografia funciona como a radiografia da mama, capaz de detectar tumores que nem as mulheres nem os médicos conseguem perceber. São os chamados tumores impalpáveis, geralmente menos agressivos e com chances de cura quando diagnosticados e tratados de forma adequada.
2) Com que frequência deve ser feita? Anualmente a partir dos 40 anos e não há idade limite para parar. Ou seja, se uma mulher de 86 anos está apta a ir ao consultório do médico e realizar exames de rotina, a mamografia deve estar entre eles.
3) Se a médica pedir para repetir, é motivo de preocupação? A mulher não precisa ficar preocupada se for necessário repetir o exame. Mesmo com os avanços da tecnologia, que permitem exames cada vez mais precisos, muitas vezes uma imagem pode deixar dúvida. Aquela mancha seria ou não um nódulo? Por isso, voltar à sala do exame não significa que a doença exista.
4) Há contra-indicações para o exame? A mamografia não tem contra-indicações. Podem ser feitas por mulheres com prótese de silicone, que já fizeram outros tipos de plástica ou passaram por sessões de radioterapia por causa de nódulos anteriores.
5) Só mulheres têm câncer de mama? Não. Os homens também podem ter câncer de mama. Para eles, a indicação de necessidade do exame de mamografia é a existência de nódulos que podem ser sentidos.
6) Quantos exames anteriores devem ser guardados e levados para a clínica? É necessário ressaltar a importância de guardar as mamografias anteriores e de levar, para a realização de um novo exame, as três últimas (três anos anteriores, independentemente do local onde foram realizadas). Isso ajuda o médico a traçar se houve a evolução de alguma mancha, que pode ser evidência de um possível nódulo, ou descartar uma imagem suspeita no novo exame. A simples comparação com as mamografias anteriores evita exames complementares desnecessários e, sobretudo, a tremenda ansiedade que um resultado suspeito provoca nas pacientes.
7) A mamografia é 100% conclusiva, sempre? Se, por um lado, a mamografia consegue muitas vezes detectar alterações mínimas, em outras, infelizmente, ela pode falhar. Isto ocorre em torno de 5% a 15 % dos casos e por vários motivos. Existem exames complementares, como a ultrassonografia e, recentemente a ressonância magnética, que podem ser indicados para essa finalidade. Mas esta nossa conversa fica uma próxima coluna.
8) Você deve estar se perguntando: e o autoexame das mamas? Eu não devo fazer?Evidências científicas sugerem que ele não é eficiente para a detecção precoce do câncer e não contribui para a redução da mortalidade. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde com o objetivo de a mulher conhecer seu corpo. As mamas não são órgãos “estáticos”, como o pé ou o cotovelo. A cada mês, elas vão sofrendo alterações cíclicas provocadas pelos hormônios.
9) A mulher, sozinha, consegue perceber algo diferente na mama se tiver o hábito do autoexame? Normalmente, ao se palpar a mama, percebem-se várias nodulações que correspondem às glândulas mamárias. O único objetivo do autoexame não é ensinar a mulher a distinguir essas nodulações dos nódulos de verdade: o objetivo é apenas observar o surgimento de algo diferente. Percebendo algo que não existia antes, consulte seu médico.
10) Quando deve ser feito o autoexame? Uma vez por mês, uma semana após o início da menstruação. Caso a mulher não menstrue mais, ele pode ser feito em qualquer dia do mês.
E você, já fez sua mamografia anual?
Outubro é o mês dedicado à mais ampla campanha de esclarecimento mundial sobre o câncer de mama, o Outubro Rosa. A iniciativa começou nos Estados Unidos com ações isoladas para conscientizar as mulheres da necessidade de se submeterem a uma mamografia, o check-up anual mais recomendado para detecção precoce do câncer de mama, nas mulheres acima de 40 anos, sem histórico familiar. Nos casos de alto risco, a “varredura” deve começar antes, associada a outros exames, como a ressonância magnética.
Detectado precocemente, o câncer de mama é tratável e permite cura total em mais de 90% dos casos. O médico Décio Roveda Junior, do Femme Laboratório da Mulher, uma empresa sediada em São Paulo, especializada em medicina diagnóstica voltada exclusivamente para a saúde da mulher, respondeu a algumas perguntas sobre essa doença, que ainda mata muito no Brasil, sobretudo devido às falhas na detecção precoce.
Décio Roveda Junior é especializado em Tocoginecologia, professor instrutor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Atua na área de Radiologia, com ênfase em Imagenologia Mamária e Tomografia Computadorizada.
Um dos marcos do Outubro Rosa é iluminar monumentos importantes mundo afora. Amanhã, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, estará como na foto deste post, um lembrete quase divino de que não basta ter fé, para as que a tem: é preciso também botar o check-up em dia.
Dado que é cada vez mais recorrente o câncer de mama em mulheres abaixo de 40 anos, sem histórico familiar, qual é o melhor check-up a ser feito?
Resposta: Para mulheres sem histórico familiar, ou seja de risco habitual, a mamografia anual após os 40 anos ainda é a melhor proposta. Em mulheres de alto risco, pode ser indicada após os 25 anos, em associação com a ressonância magnética.
Uma ecografia mostra imagens que a mamografia não detecta?
Resposta: Em mulheres jovens ou com a mama muito densa, a mamografia pode não visualizar nódulos. A ecografia pode ajudar, mas os estudos mostram que a associação mais eficiente é da mamografia mais a ressonância magnética. Nenhuma combinação garante 100%.
O que explica a ocorrência de câncer de mama em mulheres jovens? Existem hipóteses cientificamente comprovadas?
Resposta: Não existem comprovações científicas a respeito das causas. Acredita-se que a vida moderna possa influir.
A acumulação de raios-X no organismo explica a mutação de células em células cancerígenas ou isso é mito?
Resposta: Os Raios X podem causar mutações genéticas quando em grandes quantidades. No caso das mamografias, a quantidade é muito baixa e a relação custo benefício justifica sua utilização.
Há diferenças importantes entre a mamografia digital e a comum?
Resposta: Há diferenças significativas, em especial quando aplicada nas mulheres jovens ou com as mamas densas – isto é, onde a quantidade de tecido glandular ainda é grande. Uma boa analogia é a comparação entre as máquinas fotográficas digitais e as antigas analógicas com filmes. Ninguém mais as usa.
Está se “popularizando” a técnica de retirada precoce das mamas em mulheres com risco alto de desenvolver a doença? Em que casos a cirurgia vem sendo feita?
Resposta: A adenomastectomia pode ser útil nas mulheres de alto risco e pode reduzir as chances em até 90%. Contudo, não é isenta de complicações e efeitos colaterais. Cada caso deve ser estudado de forma individual, a fim de avaliar a correta indicação.
O exame de DNA não é definitivo porque mesmo uma mulher com o gene alterado pode não desenvolver a doença, certo ou errado? O que a ciência sabe a respeito? As mulheres que quiserem fazer pagam quanto por um exame desses no Brasil?
Resposta: Os testes de DNA identificam as mulheres marcadas geneticamente no câncer de mama (as de alto risco), mas mesmo estas podem não desenvolver a doença, porém, têm um risco muito maior. Custa de R$ 5 mil a R$ 12 mil.
Existem dados científicos sobre a volta da doença depois de um câncer de mama tratado numa detecção precoce? A recidiva é maior quando o câncer é detectado tardiamente?
Resposta: Os índices de recidiva são de cerca de 1% a cada ano. Quanto mais agressivo for o tumor e quanto mais tardio for detectado, maior as chances de recidiva.
Quais são, afinal, os fatores que reduzem o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama?
Resposta: A amamentação é, sem dúvida, um fator de proteção as mamas. Alimentação saúdavel, não fumar, praticar exercícios, e os bons hábitos de uma vida equilibrada em geral contribuem para evitar as doenças malignas.